todo o outono amarelo
e quando me alcançar
vai ver que sou o mais puro inverno
não dos trópicos
mas dos lugares mais frios da terra
terras da sibéria
não adianta me dizer para abrir as janelas
o sol me é estrangeiro
tenho em mim geleiras ancestrais
meu coração não bate
vacila descompassado
selvas do universo me rondam
e mesmo assim você vai me recriar
e me amar com tudo que sou
porque você
precisa de uma criatura só sua
mesmo inventada
mesmo com essas sombras geladas
arte: rafael godoy
5 comentários:
Adriana, a sua concisão, completude e inteireza para dizer com toda clareza os seus sentimentos, pulsa um coração sangrento e caloroso, até mesmo debaixo de icebergue.
Achei lindo. Esse amor fúnebre é o mais medonho de bonito
Obrigada, Mauro Lúcio e Gyselle,
Tão nítida, tão transparente, tão gente!
Gostei!
Bjs
www.lucadantas.blogspot.com.br
[incondicional
todo o ser que seja
todo o gelo que se incendeia.]
um imenso abraço, Adriana
bL
Postar um comentário